Com um acréscimo de 182% em relação a 2016, a safra de cereais, legumes e oleaginosas no Ceará em 2017 teve impacto decisivo na queda da inflação em Fortaleza, que fechou o ano em 2,27%, a menor nos últimos cinco anos. Isso porque o grupo formado pelos alimentos, que integra os cálculos do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), é um dos mais decisivos na formação do dado.
Daniel Suliano, analista de Políticas Públicas do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), afirma que a consequência direta da boa safra é ter oferta maior de alimentos, que se configura em preços menores.
Quem vai às compras com frequência nota a diferença de preços. A empresária Maria José Lopes, 60, lembra especialmente do feijão, hoje comprado pela metade do preço que era cobrado no ano passado. Para ela, os preços do arroz e do açúcar também caíram. Além disso, os supermercados têm feito muitas promoções para atrair a clientela.
A expectativa para a safra de 2018, no entanto, não aponta para bons resultados. O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) prevê uma queda de 6,8% em relação a 2017, especialmente devido às menores produções de milho e soja.
Mesmo com esse prognóstico, Suliano diz que a inflação não deverá sofrer grandes alterações. Segundo o analista, a expectativa para 2018 é que a inflação continue em patamares baixos. A safra menor vai acelerar a inflação, mas não sai da rota definida pelo Banco Central, que é 4,5%.
Com informações da Agência Brasil