Senado eleito pelo Maranhão nas eleições deste ano, o deputado federal Weverton Rocha (PDT-MA) vai ser colega do também eleito senador Cid Gomes (PDT-CE). Ambos foram eleitos para uma das duas vagas em disputa por estado em 7 de outubro.
Rocha teve um ótimo resultado: quase 2 milhões de votos ou 35% dos votos válidos. Filiado ao mesmo partido, ele defende que a opinião de Cid sobre a necessidade de o PT fazer uma autocrítica deve ser respeitada e vai além: “Uma coisa é você ser aliado, outra coisa é você ser submisso”.
Na última segunda-feira, 15, em ato a favor do candidato petista à Presidência, Fernando Haddad, Cid disse que, se o PT não fizer a autocrítica, “vai perder a eleição”. “Os erros que cometeram é para perder a eleição (…) porque fizeram muita besteira, porque aparelharam as repartições públicas, porque acharam que eram donos de um país, e o Brasil não aceita ter dono, é um país democrático.”
Rocha concorda com o colega, analisando que “faltou nesta campanha também os políticos saberem, com humildade, reconhecer erros e pedir desculpas”. “O Brasil precisa se reconciliar com a política”, disse em entrevista ao Portal Uol Notícias nesse domingo, 21, após ter participado de agenda da campanha de Haddad em São Luís. “Como eu sou seu aliado, eu posso lhe fazer críticas. ‘Eu estou com você pelos pontos que nos unem, e pelos que nos separam a gente quer fazer aqui o ponto crítico’. Isso é normal na democracia.”
O partido de Cid e Rocha anunciou que, no segundo turno, irá apoiar criticamente Haddad contra Jair Bolsonaro (PSL). A escolha, segundo o novo senador maranhense, foi por exclusão. “No segundo turno, você pode optar por eliminação. Então, o PDT eliminou o Bolsonaro”, disse, mas não sem cutucar os petistas. “E, com isso [apoio a Haddad], fica na crítica, porque ele acha que o PT poderia ter dado alguns gestos importantes para o país, inclusive apoiando uma candidatura fora de seu partido para que pudesse unir mais o Brasil, sabendo que o segundo turno ia ser o que é, mas que, infelizmente, não aconteceu.”
O PDT esperava que, com a inelegibilidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, primeiro candidato petista na disputa presidencial deste ano, o PT pudesse optar por apoiar o nome de Ciro Gomes (PDT). Alguns governadores do PT, como o baiano Rui Costa, chegaram a defender publicamente a opção. Não só ela não aconteceu, como Lula manobrou para que a candidatura de Ciro ficasse isolada, convencendo o PSB, possível aliado do pedetista, a ficar neutro na corrida ao Planalto. Ciro não perdoou o PT e chegou a dizer que, se possível, gostaria de governar sem os petistas.
Rocha diz compreender a atitude e o candidato ter “suas razões para estar muito chateado” com o PT. “Foi um movimento muito brusco, muito grosseiro e perigoso. Tanto que deixou aí feridas abertas que não foram saradas e curadas da maneira correta.”
Sobre a disputa de 28 de outubro, o senador eleito já antevê que o País, mais uma vez, deve ficar dividido, assim como aconteceu em 2014, após o pleito entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB). “Independente de qual seja o resultado, é preciso chamar os homens de juízo deste país, se ainda restar algum, para que eles possam sentar numa mesa e fazer uma pauta comum.”
Ele, porém, já prevê, nesse cenário, que o brasileiro “vai ter que conviver com muita dificuldade”. O presidente do PDT, Carlos Lupi, já faz planos para 2022 e lançou Ciro para a disputa presidencial. Mas Rocha enxerga outras opções, como o governador reeleito do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB). “O Ciro é nossa preferência, mas, se amanhã vier a ter algum tipo de dificuldade, ou, por decisão dele, ele não quiser ser, o PDT pode convidar o Flávio Dino, pode convidar outros quadros importantes nacionais para vir concorrer pelo partido”, disse. “O importante é que o PDT tem candidatura própria em 2022.”
Com informações do Portal Uol Notícias