Os servidores públicos de diferentes áreas se mobilizam para, nesta terça-feira, realizar, em todo o Brasil, paralisação de atividades como recado ao Governo Federal pela falta de diálogo sobre reajuste salarial. O descontentamento no funcionalismo da União começou com a decisão do presidente Bolsonaro em sinalizar com correção de salários apenas para os policiais federais. O assunto ganhou destaque no Bate Papo Político com os jornalistas Luzenor de Oliveira e Beto Almeida no Jornal Alerta Geral desta terça-feira (18).
A sinalização de Bolsonaro se tornou real com a aprovação, pelo Congresso Nacional, de uma verba de R$ 1,9 bilhão para cobrir, em 2022, o aumento de salários para os policiais federais. Líderes das entidades que congregam os servidores de outras áreas da administração federal decidiram, também, cobrar o mesmo tratamento dado pelo governo aos policiais.
Os protestos com maior intensidade começam nessa terça-feira e a expectativa, segundo líderes de entidades sindicais, é que a mobilização ao longo de janeiro e fevereiro seja a maior desde 2015. Os fóruns e associações que organizam os atos representam ao menos 1,2 milhão de servidores em todo o país, desde a elite do funcionalismo até o “carreirão”.
As demais categorias do serviço público, a começar pelos auditores da Receita Federal, se sentiram discriminados e passaram a pressionar o Ministério da Economia na tentativa de combater a medida que privilegiou os policiais, que compõem a base do governo Bolsonaro. O grande erro do presidente, segundo especialistas, foi não ter previsto que o aumento a categorias específicas resultaria em um efeito cascata.
O Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasef) decidiu, em reunião na última sexta-feira, participar dos atos dessa terça-feira. A entidade tem, entre seus integrantes, a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), que representa 1 milhão de servidores federais, cerca de 80% do funcionalismo público.