O Sindicato dos Médicos do Ceará recebeu, na noite dessa quarta-feira (12), denúncias graves relacionadas a mais um caso de violência em Fortaleza. O posto de saúde George Benevides de Medeiros, localizado no bairro Quintino Cunha, está sob toque de recolher devido à guerra entre facções rivais que dominam a área.

A unidade, que funciona até às 19 horas, está sendo obrigada a encerrar as atividades às 17 horas. Profissionais e pacientes sofrem com a insegurança constante no local, tendo em vista que o posto de saúde não conta com equipe de segurança, possuindo apenas um porteiro.

Em novembro deste ano, após paralisações dos médicos da Atenção Básica, solicitando segurança nos postos de saúde, a Prefeitura não atendeu aos apelos do Sindicato para que as equipes de segurança retornassem às unidades.

Durante a reunião, o prefeito propôs que apenas 10 das 112 unidades de atenção básica fossem contempladas com segurança, sendo selecionadas, segundo ele, pelo critério do número de registros de ocorrências criminosas. Assim, 102 postos de saúde de Fortaleza seguiriam sem segurança, colocando em risco a vida de médicos, demais profissionais da saúde e pacientes.

Diante de mais um caso grave de violência, o Sindicato questionou à Prefeitura, cuja resposta foi que

Todos os profissionais já foram evacuados. Estamos tomando as providências necessárias”.

A entidade enviará, nesta quinta-feira (13), ofício ao secretário de Segurança Pública e Defesa Social do Estado (SSPDS), André Costa, solicitando reunião para que sejam implementadas medidas urgentes a fim de garantir a preservação da vida de profissionais e pacientes.  Além disso, a Prefeitura de Fortaleza será novamente oficiada para que reveja a decisão de que apenas 10 postos contem com equipes de segurança e reanalise o horário de funcionamento das unidades.

Em setembro deste ano, médicos e profissionais da Atenção Básica de Fortaleza paralisaram as atividades nos postos de saúde e promoveram atos de protesto em frente ao Paço Municipal, à sede da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e à Câmara dos Vereadores.

As mobilizações aconteceram em virtude da inércia da Prefeitura diante do Ofício, enviado pelo Sindicato dos Médicos, em 20 de julho, no qual foram dispostas importantes pautas relacionadas, sobretudo, à insegurança nas unidades de saúde, locais de constantes atos de violência contra profissionais e pacientes.

A importante mobilização ganhou força à medida que a Prefeitura não apresentou proposta sobre a pauta de reivindicações da categoria, a despeito das inúmeras tentativas de negociação dos profissionais com a gestão, via atuação do Sindicato, por meio do diálogo propositivo, mobilizações e ações da Campanha Saúde Precisa de Segurança, cujo objetivo é alertar as autoridades e a sociedade sobre a insegurança de pacientes e médicos no exercício da profissão.

Inclusive, ciente da gravidade da situação, o Sindicato solicitou, em julho de 2017, à Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Estado (SSPDS), a inclusão de unidades de saúde – com recorrentes casos de violência registrados – no Programa “Ceará Pacífico”.

Com informações Ascom Sindicato dos Médicos do Ceará