Quatro meses depois de o governo ter conseguido aprovar um texto desidratado de reforma da Previdência na comissão especial na Câmara dos Deputados, a proposta que representava um consenso mínimo no Congresso também já não existe mais. O único ponto que ainda tem apoio dos parlamentares é a fixação de uma idade mínima. Os demais itens como pensão, fim do acúmulo de benefícios, mudanças para trabalhadores rurais, idosos, deficientes e aposentadorias especiais estão fora de cogitação na avaliação de lideranças, inclusive da base aliada.

E, para qualquer que seja a proposta, o calendário de votação ficará ainda mais atrasado com a apresentação da segunda denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já afirmou que a denúncia será a prioridade:

Você não tem como falar que vai ter duas agendas relevantes no plenário da Câmara, tendo uma denúncia contra o presidente do Brasil. Temos que ter paciência e equilíbrio e cumprir nosso papel como cumprimos na primeira denúncia. Esse assunto é prioridade, não tem como não ser prioridade.

O relator da proposta da comissão especial, deputado Arthur Maia (PPS-BA), adotou o mesmo tom: A reforma está parada, e, francamente, não vejo espaço para ela avançar enquanto houver essa pauta de denúncias contra o presidente da República.

Com informações do Jornal O Globo