O 2° Sargento PM João Alves Campos, o Cabo PM José Ribamar Bezerra Júnior e a Soldado PM Michelly Pereira Mariano, todos pertencentes ao efetivo da 1ª CIA/9°BPM (Quixadá), foram promovidos a 1° Sargento, 3° Sargento e Cabo, respectivamente.
A cabo Michelly relembra os momentos de tensão e a saudade dos companheiros que tombaram em combate. “Agradeço a Deus pelo livramento que Ele me deu e fico muito grata pelo reconhecimento da Corporação”, ressalta.
O 1° Sargento João Alves fala que o confronto deixou marcas emocionais e físicas e que a promoção é uma forma de homenagear a todos os policiais envolvidos no caso. “Eu fui atingido com três tiros, um inclusive de fuzil e outros dois provavelmente de pistola. Acredito que justiça foi feita. O atual comando foi sensível em nos reconhecer e a promoção traz uma mistura de vários sentimentos”, disse.
Para o Coronel Comandante Geral da Polícia Militar do Ceará, Ronaldo Viana, a promoção por bravura é uma forma de reconhecer a atitude heroica dos policiais em combater o crime mesmo com o risco da própria vida. “Os policiais cumpriram a missão com honra e galhardia, a promoção por bravura é uma forma de reconhecer a coragem desses guerreiros”, afirma o Comandante.
O caso
A composição, comandada pelo 2º Sargento PM João Alves Campos estava de serviço no dia 30 de junho de 2016, era composta ainda pelo então Soldado PM José Ribamar Bezerra Júnior e os militares: Cabo PM Antonio Joel de Oliveira Pinto e o Soldado PM Antonio Lopes Miranda Filho (promovidos post mortem), quando foram acionados com a finalidade de dar apoio a uma composição da Força Tática (FTA). A equipe do FTA trocava tiros com cerca de oito a nove homens, todos armados de fuzil e com farta quantidade de munição, numa estrada de terra que liga a localidade de Juatama à sede do Município de Quixadá, a aproximadamente 800 meros da área urbana daquela localidade.
No momento em que se deslocavam por uma estrada carroçável para apoiar os companheiros, a viatura colidiu de forma frontal com um veículo tipo HILUX, cor prata, com homens fortemente armados que vinham na carroceria do referido veículo, os quais há poucos instantes haviam trocado tiros com a composição do FTA. Os suspeitos passaram a disparar em direção aos militares, que ao tentarem desembarcar da viatura foram alvejados. O Sargento PM João Alves Campos levou um tiro no braço direito e outro na perna direita vindo a cair no solo e desmaiar, os criminosos atingiram fatalmente o Cabo PM Antonio Joel de Oliveira Pinto e o Soldado PM Antonio Lopes Miranda Filho.
Os infratores renderam o então Soldado PM José Ribamar Bezerra Júnior, levando-o como refém em direção a uma segunda viatura que era composta pelo Sargento PM Guanabara e pela Soldado PM Michelly, os quais vinham em apoio aos militares. Sendo assim, ao perceberem a chegada destes, os acusados passaram a efetuar vários disparos em direção a viatura, atingindo fatalmente o 1º Sargento PM Guanabara (promovido post mortem), tendo ainda os homens rendido a Soldado PM Michelly e a levado juntamente com o Soldado Ribamar na carroceria da viatura em direção a Cidade de Quixadá. Na altura da cidade do distrito de Triunfo, os acusados pararam a viatura na estrada, tomaram um caminhão, fecharam a via utilizando o caminhão roubado e a viatura, abordaram um cidadão e tomaram o seu veículo tipo Hilux, fugindo em direção a Fortaleza, ocasião na qual, os militares conseguiram descer da carroceria da viatura e se abrigaram no mato.
Promoção por Bravura
A promoção por bravura, a ser aferida por comissão de meritoriedade designada pelo Coronel Comandante-Geral, resulta de ato, ou atos, não comuns de coragem e audácia, que, ultrapassando os limites normais do cumprimento do dever, representem feitos de notório mérito, em operação ou ação inerente à missão institucional da corporação militar em serviço ou de folga. Diante disso, entende-se a promoção por bravura como sendo uma medida excepcionalíssima, tendo o seu fundamento na prova indubitável de que o militar agiu com coragem e audácia, não comuns, que haja ultrapassado os limites normais do cumprimento do seu dever, no desempenho de sua função, ou ainda, em razão dela, consubstanciando em feito de notório mérito, bem como, de inquestionável reconhecimento por parte de todos os integrantes da sociedade cearense.
Investigação
A Polícia Civil concluiu, em janeiro deste ano, o inquérito que investiga a morte dos três militares e indiciou 10 pessoas. O Ministério Público acatou o relatório, indiciando e denunciando os envolvidos. Quatro pessoas estão presas e seis seguem foragidas.Edneudo Oliveira Silva, David Willian Lazaro, Fábio Oliveira Rabelo, José Massiano Ribeiro e Veridiano Rabelo Cabral Junior foram denunciados por homicídio, roubo, sequestro e associação criminosa. Fabio Jandson Gomes Souza, Francisca Suely Pontes de Queiroz-, Francisco Neuto Barbosa Freire, Alexssandro Saraiva Pessa ,Jovanny Rodrigues Pinheiro e Joao Paulo Rodrigues Barros foram indiciados por associação criminosa. Todos os envolvidos já possuíam passagem pela polícia. Os presos são: David Willian, Fabio Jandson, Fábio Oliveira e Francisco Neuto.
Fonte: SSPDS