O presidente Michel Temer admitiu que, devido às mudanças no projeto de revisão da Previdência enviado ao Congresso, talvez seja preciso fazer uma nova reforma em 10 ou 15 anos. Segundo ele afirmou em entrevista concedida à Rádio Jovem Pan nesta manhã de segunda-feira, 17, o projeto como concebido pelo governo era para durar de 30 a 40 anos, mas pode ser necessária uma nova reformulação em período menor.

Mas o presidente reafirmou que a reforma da Previdência será aprovada e que as adaptações são necessárias e são fruto da negociação com o Congresso. Ele ainda reforçou que as mudanças no projeto original não significam recuo.

Temer reconheceu que o País vive um momento difícil por causa do conteúdo das delações da Odebrecht e aos inquéritos autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mas afirmou que seu governo está mobilizado para dar resposta positiva para o País. “Lava Jato faz seu trabalho, mas, na cabeça de alguns, pode indicar paralisia do País. Mas todo o governo está mobilizado.”

Diante de perguntas sobre as dificuldades enfrentadas também no âmbito econômico, o peemedebista disse que assumiu o País depois de um episódio traumático, o impeachment, e durante uma forte recessão.

O presidente então enumerou conquistas econômicas alcançadas em quase um ano de governo, como a aprovação da PEC do Teto, e voltou a citar a queda da inflação. “Brasil tinha 10% inflação e até o final do ano estará abaixo do centro da meta.” Ele ainda garantiu que a reforma trabalhista será aprovada, principalmente porque foi resultado do diálogo entre trabalhadores e funcionários.

O presidente ainda rebateu a ideia de uma nova constituinte devido ao escândalo de corrupção, já que, segundo ele, as instituições estão funcionando normalmente. Ele, no entanto, defendeu uma reforma política. “O que vale é uma reforma política, que sairá invariavelmente e é fundamental para o País”, disse.