O presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati, declarou nesta quinta-feira que, independente do resultado do julgamento da chapa Dilma/Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral, o partido irá se reunir e tomar uma decisão definitiva sobre manter ou não na base aliada do presidente Michel Temer. O anuncio foi feito após pressão de deputados federais e estaduais — principalmente da ala jovem tucana — para um rompimento com o governo do presidente. O Palácio do Planalto já contabiliza uma debandada parcial dos tucanos na próxima semana.
Porém, houve um recuo em relação ao dia 6 de junho, data do início do julgamento da ação de cassação da chapa no TSE, visto como o dia “D” para o PSDB decidir se rompe ou continua sustentando o governo, já que a saída de Temer pode demorar até quatro meses. O julgamento deve durar três dias. A única diretriz de sua presidência, diz Tasso, é que a decisão não rache o partido. O senador confirma uma reunião do partido na próxima semana, porém não sabe qual será a decisão.
Antes, a bancada tucana, de um modo geral, tinha um posicionamento pelo saída do partido; porém a situação mudou nos últimos dias. Esse movimento agora seria restrito a uma parte pequena da bancada, algo em torno de 10 deputados. Entre os poucos que defendem o rompimento, alguns falam em criar um novo partido. Porém, se a sigla optar por não romper com o governo Temer, uma saída pode ser assumir uma posição independente nas votações no Congresso.
Enquanto deputados e setores mais jovens do partido defendem o rompimento, os ministros e integrantes da cúpula defendem que o PSDB deve continuar dando sustentação do governo para aprovar as reformas e alcançar a recuperação econômica mesmo com a crise política.
Tasso também criticou eventuais manobras no governo para que haja um pedido de vista e arraste o julgamento de Temer no TSE, agravando a insegurança e a crise política. Ele e o vice-presidente do Senado, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), dizem ser fundamental para a superação da crise política um desfecho rápido do processo no TSE. Para Cássio Cunha, um pedido de vista ampliaria a instabilidade do quadro político com reflexo na economia. Ele afirma que os ministros do TSE já tiveram tempo suficiente para amadurecer os convencimentos sobre o processo. O líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), também defende um desfecho rápido do processo no TSE: