Após reações internas do PSDB por conta do conteúdo do programa que foi veiculado na TV na noite dessa quinta-feira (17), o presidente interino do partido, Tasso Jereissatti (CE), decidiu ligar para o presidente Michel Temer. O objetivo foi explicar que o foco da peça de 10 minutos é a defesa do parlamentarismo e a crítica à falência do sistema presidencialista. O trecho que mais incomodou os tucanos, principalmente os ministros, é o que mostra a compra de apoio de políticos no presidencialismo de cooptação. A afirmação foi interpretada como uma acusação indireta a Temer, embora o nome do presidente não seja mencionado no vídeo.
Devido a propaganda veiculada na TV e Rádio, o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes criticou a propaganda partidária da própria sigla afirmando que a peça publicitária representa uma confusão política do PSDB.
Aloysio afirma que o PSDB deu um “tiro no pé” ao assumir que teria aceitado e praticado a irregularidade no mundo político. O ministro destacou que se aponte com clareza quem são os impuros, porque eu, como ministro, não visto a carapuça.
Diante da reação de setores do partido ligados a ala governista, liderada pelos ministros e senador Aécio Neves (MG), Tasso avisou que não há chance de serem feitas mudanças ou mesmo de o programa ser suspenso. Tasso enxerga as críticas como um movimento dos governistas para afastá-lo da presidência do PSDB, já que ele não tem evitado mostrar o desconforto com a continuação do partido no governo.
Tasso fala que podem até mudar o presidente, mas o programa não muda. Não tem nada contra Temer, aliás, o programa defende o Temer ao apontar as dificuldades que enfrenta para governar. Aliás, não é o programa que diz que Temer está comprando deputado com dinheiro, o programa fala que no presidencialismo de cooptação se troca apoio por vantagens. E quem apareceu na televisão dizendo que se a fatura não for paga não vota as reformas, foi um deputado da base aliada de Temer.
No trecho que introduz a defesa do parlamentarismo, um dos apresentadores do vídeo pergunta o que é o presidencialismo de cooptação?. E na sequência, o locutor explica: Presidencialismo de cooptação é quando um presidente tem que governar negociando individualmente com políticos ou com partidos que só querem vantagens pessoais, que não pensam no país, uma hora apoia, outra não, e quando apoia, cobra caro.
Com a foto de Temer em primeiro plano, o locutor diz: “Agora, depois do mensalão, depois do petróleo, temos mais um presidente enfrentando grandes dificuldades para governar e unir os brasileiros. Será que basta mudar de governante? Será que não está na hora de mudar a maneira como se governa?”. E diz que a mudança que o Brasil precisa é a mudança que o PSDB defendeu em seu manifesto de criação em 1988: o parlamentarismo.
Com informação do Jornal O Globo