A convocação das Forças Armadas para manter a ordem e proteger os prédios públicos gerou tumulto na Câmara dos Deputados na tarde desta quarta-feira. Deputados chegaram a ir as vias de fato. Os protagonistas da briga foram os deputados federais Darcísio Perondi (PMDB-RS) e Edmilson Rodrigues (PSOL-PA) que se empurraram durante a sessão plenária da Câmara, sendo apartados por outros parlamentares.
A confusão começou quando parlamentares do PT, PDT, PSOL e Rede subiram à Mesa Diretora e ficaram ao lado do 2º vice-presidente da Casa, deputado André Fufuca (PP-MA), que presidia a sessão, para pressionar o encerramento dos trabalhos. Ao ver o protesto, deputados governistas também subiram, para tentar “proteger” Fufuca da pressão. Foi neste momento que Edmilson e Perondi se empurraram.
Os opositores gritaram palavras de ordem contra o governo como “Fora Temer” e “O povo quer votar, diretas já”. “Lula na cadeia”, reagem parlamentares da base. Mais cedo, deputados como o líder da oposição na Câmara, José Guimarães (PT-CE), Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Orlando Silva (PCdoB-SP) relataram reação exagerada da polícia durante o protesto realizado pelas centrais sindicais em frente ao Congresso. De acordo com os parlamentares, policiais jogaram bombas de gás e spray de pimenta em pessoas que não estavam cometendo delitos, inclusive em alguns deputados.
Com a confusão, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foi chamado às pressas e assumiu o comando dos trabalhos. Ele disse que entrevista após a sessão que a decisão de pedir as forças armadas foi do Planalto.