O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) / Foto: Cristiano Mariz / Reprodução VEJA

Enfraquecido com a sucessão de escândalos e com a redução no número de senadores, deputados federais e estaduais, o PSDB passa por processos de mudança e poderá dar origem a uma nova sigla. A agremiação teve, em 2018, com o então candidato Geraldo Alckmin, o pior desempenho nas eleições em toda a sua existência.

O PSDB no Ceará é um exemplo de que, sem o guarda chuva do poder, o encolhimento é inevitável. A sigla tem, hoje, apenas dois deputados estaduais – Nelinho Freitas e Fernanda Pessoa, e apenas um representante na Câmara Federal – Roberto Pessoa. Os tucanos cearenses apesentam, porém, o nome mais respeitado no partido: o senador Tasso Jereissati.

Fundador do partido em 1989, Tasso exerceu três mandatos de governador e está no segundo mandato de senador sem ter enfrentado denúncias que o comprometam no campo ético e moral. Mesmo com essa história, Tasso nunca ocupou um espaço mais expressivo no cenário nacional.

A força dos tucanos de São Paulo e Minas Gerais sempre prevaleceu sobre os demais estados. Se a força do PSDB de SP e MG se transformou em hegemonia foi, também, nesses estados, que começou o desmoronamento eleitoral e ético da sigla.

O ex-governador Geraldo Alckmin amargou, em 2018, um humilhante quarto lugar entre os candidatos à Presidência da República. Com um ano de antecedência, o então senador Aécio Neves caiu na Operação Lava Jato e sepultou os mais de 51 milhões de votos que recebeu na corrida ao Palácio do Planalto em 2014.

Alckmin perdeu força política e eleitoral, enquanto Aécio conquistou um mandato de deputado federal, mas não sai do noticiário negativo com as informações sobre as investigações da Operação Lava Jato que o colocaram em maus lençóis.

No campo ético, o PSDB sofre, também, com as prisões do ex-governador do Paraná, Beto Richa. Aécio e Richa, nessa nova fase do PSDB, poderão ser expulsos, enquanto Alckmin ficará ainda mais sem espaço no partido.

O espólio do ninho tucano ficará nas mãos do Governador de São Paulo, João Doria, que, hoje, trabalha para redefinir os rumos do partido. O caminho a ser definido sairá de uma pesquisa de opinião pública que o PSDB realiza. Os aliados de Doria se articulam para realizar o que chamam de “faxina ética” na agremiação após a convenção nacional da sigla, que está marcada para junho.