O mês de agosto foi embora e, com o início de setembro, começa uma nova guerra na base de apoio parlamentar ao presidente Michel Temer. O conflito é fruto da disputa entre partidos aliados que tentam atrair parlamentares. O ambiente é de autofagia e, no meio da guerra por maiores bancadas, o alvo do assédio são os deputados federais do PSB que andam insatisfeitos com a sigla e são disputados pelo PMDB e pelo DEM.

A guerra foi aflorada nessa quinta-feira após uma declaração do presidente nacional do PMDB, senador Romero Jucá (RR), de que o senador Fernando Bezerra Coelho (PE) e o filho dele, o ministro Fernando Bezerra Coelho Filho (Minas e Energia), irão migrar para o partido. A declaração abriu uma crise entre o DEM e o governo.

O partido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ) e do ministro Mendonça Filho (Educação) estava negociando com os dissidentes do PSB e agora pretende revidar a ação do partido do presidente Michel Temer. Como consequência da briga, o líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB), em entrevista ao Jornal Folha de São Paulo, mandou o recado: “Vai ter troco”.

Efrain foi ainda mais longe: “Nossa relação fica extremamente fragilizada. Não é assim não”, disse o deputado, segundo quem houve um “desconforto generalizado” no comando do partido. O primeiro capítulo da disputa entre PMDB e DEM por dissidentes do PSB aconteceu em julho.

À época, quando percebeu o assédio do DEM para inflar sua bancada, Temer foi à casa da líder do PSB, Tereza Cristina (MS), para oferecer o PMDB como legenda para receber os cerca de 15 insatisfeitos do partido. Apesar de se dizer independente, o PSB costumava acompanhar o governo em votações importantes.

No entanto, a cúpula do partido resolveu punir seus parlamentares que votassem a favor das reformas trabalhista e da Previdência, o que rachou o partido. Nessa quinta-feira (31), Jucá anunciou que o PMDB receberia o senador, o ministro e outros dissidentes.

Bezerra Coelho disse a aliados que as conversas com o PMDB estavam evoluídas, mas que ainda precisava de algumas garantias do parido em Pernambuco para bater o martelo. Ele terá conversas antes do feriado de Sete de Setembro, na smeana que vem, para, então, fazer o anúncio oficial. Rodrigo Maia, responsável pelo diálogo com os dissidentes do PSB, não quis comentar o assunto.

No Ceará, o DEM aguarda a filiação do deputado federal Danilo Forte, que é do PSB, e foi convidado, também, pelo PMDB. Danilo tem conversado com o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia, para discutir a filiação. Outros 12 deputados federais do PSB podem seguir o mesmo caminho de Danilo.

Com informação da Folha de São Paulo