O presidente da Executiva Regional do PSD, Domingos Filho, carrega o conceito de dinamismo político ao pé da letra para tentar abrir portas e construir relações que o garantam proximidade com o governo e a ocupação de cargos pelos aliados.

Ao longo dos últimos 20 anos, Domingos ganhou o prestígio do hoje deputado federal Eunício Oliveira (MDB) que, em 2007, em articulação com o então Governador Cid Gomes, o fez presidente da Assembleia Legislativa. A relação com Eunício o levou, em 2010, a compor, como vice, a chapa de Cid à reeleição.

Como vice-governador, Domingos preparava um voo mais alto e acabou trombando com Cid porque queria ser o candidato ao Governo do Estado na disputa de 2014. Cid optou por Camilo Santana e, como presente, deu a Domingos Filho uma vaga no TCM (Tribunal de Contas dos Municípios). Pouco tempo depois, Domingos voltou a brigar com Cid e, no conflito, o TCM foi extinto.

REAPROXIMAÇÃO

As eleições de 2018 marcaram a reaproximação de Cid, Camilo e Domingos e, a partir de 2019, o PSD passou a ocupar cargos na administração estadual. Em 2020, Domingos montou bons palanques e o PSD elegeu 25 prefeitos, sedimentando, assim, o projeto de levar a sigla ao debate para composição da chapa ao Governo do Estado nas eleições de 2022.

Domingos tem boa conversa e, muitas vezes, recorre a habilidade política para driblar adversidades e ficar sob o guarda-chuva do poder. É, justamente, o que tentar fazer desde o fim da campanha eleitoral de 2022, quando, após a derrota como vice na chapa de Roberto Cláudio, mandou recado ao então senador eleito Camilo Santana e ao Governador Elmano de Freitas dizendo que o PSD poderia contribuir com a nova administração estadual.

PORTAS FECHADAS

Os recados não ganharam eco nos corredores do Palácio da Abolição, nem entre os mais próximos a Camilo e a Elmano porque Domingos, durante a campanha eleitoral, os levou ao constrangimento nas acusações de que ambos, com o aval da então governadora Izolda Cela, estavam cooptando prefeitos que naquele momento tinham ligações com o PDT.

Passada a emoção da campanha e incorporando a derrota, Domingos Filho mergulhou, mas logo voltou a buscar interlocutores para se aproximar do Governo do Estado. Nos corredores da Assembleia Legislativa, Domingos não escondeu aos repórteres o otimismo de que, após conversas com o presidente Evandro Leitão, o PSD estava abrindo o diálogo com o Palácio da Abolição. O sentimento entre os articuladores políticos do Governo do Estado é que, nesse momento, o PSD não tem espaços na administração estadual.