Integrantes da base aliada que se mantiveram fiéis ao presidente Michel Temer (PMDB) vão cobrar punição a partidos e parlamentares da base aliada que “traíram” o peemedebista e votaram pela aceitação da denúncia por corrupção passiva contra ele. A principal reclamação virá do Centrão, grupo do qual PP, PR, PSD e PTB fazem parte e do qual Temer saiu ainda mais dependente após a votação.

A artilharia mais pesada será contra o PSDB, legenda que possui quatro ministérios e teve expressiva votação contra o parecer que barrava a denúncia. Os fiéis vão cobrar que Temer retire dos tucanos o comando do Ministério das Cidades, hoje nas mãos do deputado Bruno Araújo (PSDB-PE). A Pasta é cobiçada principalmente pelas bancadas do PSD e do PMDB, partido de Temer, em razão da sua capilaridade política.  A avaliação de parlamentares do Centrão é de que os tucanos não podem comandar tantos ministérios importantes, diante das ameaças de desembarque e das duras críticas que fazem a Temer desde que a delação da JBS atingiu o presidente.

Nas rodas de conversa, deputados do Centrão e ligados ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já davam como certo que Temer vai tirar o PSDB das Cidades. A principal aposta é de que a Pasta irá para o PSD, que hoje comanda o Ministério das Comunicações, com Gilberto Kassab. Há quem acredite, porém, que Temer deverá manter a Secretaria de Habitação, que cuida do Minha Casa, Minha Vida, com tucanos.

No Centrão, há quem deseje, inclusive, a saída do ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho. Ele é filiado ao PSB, partido cuja grande maioria da bancada votou contra Temer. Dissidente, o ministro deve migrar para o DEM na próxima janela para mudança de partido sem risco de perder o mandato.