Entre despesas e financiamento de campanha, as eleições municipais terão um custo de quase R$ 3 bilhões de reais. Soma-se a isso os gastos que o Tribunal Superior Eleitoral terá diretamente com pagamento de pessoal, armazenamento e manutenção das urnas, além da coordenação de várias outras ações dispendiosas relacionadas à campanha. O órgão deverá desembolsar em torno de R$ 968 milhões de reais.

Dentro do Bate-Papo político desta quinta-feira (08), os jornalistas Luzenor de Oliveira e Beto Almeida repercutiram o assunto. “Nós estamos falando de uma eleição num país do tamanho como esse nosso, são 147 milhões de eleitores, nós temos cerca 550 mil candidatos e aproximadamente 2 milhões de mesários, distribuídos por todas as sessões eleitorais nos mais de 5 mil e 500 municípios brasileiros”. disse Beto Almeida

“Tem noção do que é a logística pra organizar, pra colocar em rodem todo esse cenário para que no dia 15 de novembro tudo isso esteja funcionando perfeitamente e pra que tudo isso esteja funcionando de forma adequada, requer todo um trabalho prévio, daí o alto custo de uma campanha eleitoral. Não é realmente barato, é algo que exige um orçamento extra, exige um esforço extra e uma dedicação extra de todos os envolvidos”, afirma Beto Almeida.

O jornalista Luzenor de Oliveira destaca que o Fundo Eleitoral tem sido a única ferramenta para custeio das despesas eleitorais, haja vista que o sistema misto com financiamento público e privado gerou muita denúncia de caixa 2. Beto diz, por sua vez, que não vê uma melhor saída para isso e afirma: “Do jeito que estava antes, era impossível, você não tinha um equilíbrio entre os candidatos, porque na realidade quem tinha maior poder aquisitivo, era mais dinheiro, já largava com uma vantagem imensa”, afirma Beto.

Luzenor diz que mesmo com a implantação do fundo eleitoral, que neste ano tem pelo menos 2 bilhões e 30 mil reais para serem distribuídos entre os candidatos a prefeito e vereador, há também outra realidade que não deixa de existir neste momento que é o caixa 2 da campanha eleitoral. “Não adianta meio termo porque sempre existirá os caminhos para o dinheiro não contabilizado entrar nas despesas da campanha eleitoral”, afirma ele.

Por fim, Beto salienta que não estão permitidos as doações de empresas, sendo que as doações individuais não podem ultrapassar 10% dos rendimentos anuais de quem vai doar esse dinheiro. “Pra quem pode bancar uma campanha não tinha que ter 10% não, estabelecia um teto pra que os candidatos como é hoje, estabelecer um teto para o candidato gastar na sua campanha, se ele tiver poder aquisitivo pra isso poderia bancar essa campanha dele todinha”, finaliza Beto.