O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta terça-feira (20), que irá comprovar, na próxima semana a existência de fraude nas eleições presidenciais de 2014. Na época, a presidente Dilma Rousseff (PT) foi reeleita. Ele disse que o pleito resultaria na vitória do candidato derrotado no segundo turno daquela disputa, Aécio Neves (PSDB-MG), mesmo após os tucanos já terem descartado suspeitas de fraude no pleito.
“Em uma hora dá pra demonstrar tudo”, declarou o presidente em entrevista à Rádio Itatiaia, pontuando que provaria a fraude com ajuda de “hacker do bem” e “pessoal que entende de informática”. Ainda conforme Bolsonaro, a imprensa vai ser convidada e as supostas provas serão encaminhadas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O presidente diz que as eleições no País não são seguras, o que motiva a defesa dele na adoção do voto impresso para garantir transparência nas eleições e “evitar problemas”. “Por que os parlamentares são contra o voto impresso? É difícil entender o que está acontecendo”, questionou.
Bolsonaro ainda voltou a falar que, no pleito de 2022, entrega a faixa presidencial “a quem ganhar as eleições, desde que seja transparente”.
CRÍTICAS DE BOLSONARO
O chefe do Executivo fez novas críticas ao presidente do TSE e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, em razão da defesa do ministro pelo voto eletrônico. “É lamentável o que o ministro Barroso está fazendo para manter o sistema de votação”, comentou.
Bolsonaro repetiu críticas feitas ao magistrado nas últimas semanas, mesmo após conversa com o presidente do STF, Luiz Fux, na semana passada. O encontro foi organizado para que os ânimos entre os Poderes fossem pacificados.
O presidente ainda afirmou, em sua defesa pela implantação do que chama de voto “auditável”, que “não basta” apenas a adoção do voto impresso — de acordo com ele, “a contagem tem que ser pública também”. “Agora, o que vale mais do que todos nós aqui, é a opinião pública”. O voto, porém, já é auditável no sistema usado atualmente.
REUNIÃO COM PODERES
Apesar das críticas recorrentes, Jair Bolsonaro se dispôs a se reunir com líderes de outros Poderes da República para reduzir tensões. Um encontro com os presidentes do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), chegou a ser marcado para a última quarta-feira (14), mas precisou ser cancelado.
O cancelamento ocorreu devido ao mal-estar sentido por Bolsonaro naquele dia e posterior internação, da qual só teve alta no domingo (18).
Agora, Bolsonaro diz estar à disposição para participar, caso haja oportunidades. “Essas reuniões são para a gente acertar os ponteiros, o que é muito importante”, afirmou, alegando que todo Poder” tem que saber que tem limite”. Eu tenho limite. Por que o Judiciário não pode ter limite?”, questionou na entrevista à Rádio Itatiaia. Ainda conforme o presidente, manter a harmonia entre os Poderes “não é fácil”.
(*) Com informações Estadão Conteúdo