O presidente Jair Bolsonaro (PL) agenda a primeira viagem ao Ceará em 2022 dentro das estratégias deflagradas para fortalecer a sua base eleitoral na Região Nordeste e estreitar a aliança que está sendo montada com o deputado federal Capitão Wagner (PROS), que é pré-candidato ao Governo do Estado.

O roteiro da viagem ainda não está definido, mas pode passar – mais uma vez, pelas obras da Transposição do Rio São Francisco, que, nesse momento, alimenta o Cinturão das Águas em direção à Barragem do Castanhão, na Região do Vale do Jaguaribe.

Dentro das articulações políticas, Capitão Wagner, ao lado do deputado estadual André Fernandes (PL), é considerado um dos principais aliados de Bolsonaro no Ceará. A boa relação com a base bolsonarista abriu espaços para Wagner fazer interlocução entre André e o prefeito do Eusébio, Acilon Gonçalves.

O objetivo desse movimento era a convivência entre André e o grupo de Acilon no Partido Liberal. André Fernandes rejeitou a ideia porque, após conversa com o presidente Bolsonaro, saiu de Brasília certo de que, no Ceará, o PL, a partir de meados de fevereiro, estará sob o seu comando.

GIRO PELO NORDESTE

Segundo maior colégio eleitoral da Região Nordeste, atrás apenas do Estado da Bahia, que possui 10.206.054 eleitores, o Ceará, onde estão 6.263.279 eleitores cadastrados pelo TSE, é estratégico nas pretensões do presidente Bolsonaro para a conquista de um novo mandato. O confronto tem dois adversários de peso eleitoral – o ex-presidente Lula, que lidera todas as pesquisas de intenção de votos, e o presidenciável do PDT, Ciro Gomes.

Bolsonaro tem batido duro no PT e no ex-presidente Lula e, alimentado pelo sonho de levar o Capitão Wagner ao segundo turno da disputa pelo Palácio da Abolição, vem direcionando críticas à administração do Governador Camilo Santana e aos irmãos Cid e Ciro Gomes.

A visita à Região Nordeste que, passa, também, pelo Estado da Paraíba, é a primeira após a vigência do Auxílio Brasil, programa que substitui o Bolsa Família e que garante aos beneficiários da assistência social um valor médio mensal de R$ 400,00.

O Nordeste concentra 8,3 milhões do total de 17,5 milhões de famílias contempladas com o Auxílio Brasil, daí a decisão do presidente Bolsonaro em estreitar os laços com os eleitores beneficiados pelo programa que podem ajudá-lo a chegar ao segundo turno da disputa presidencial.