Salários, verbas extras para moradia, funcionários, aluguel de escritório, telefone, veículos, combustível, divulgação do mandato, passagens aéreas, entre outras coisas, são alguns dos benefícios que fazem do Congresso Nacional um dos parlamentos mais caros do planeta. As informações são do site Congresso em Foco.

O Brasil ocupa a sexta colocação em salário de deputados em razão do Produto Interno Bruto per capita. O país também se destaca internacionalmente no número de assessores por congressista. Nos Estados Unidos, cada deputado pode contar com até 18 auxiliares. No Chile, com 12, e na França, com 8. Já no Brasil esse número chega a 25 assessores. O Senado brasileiro permite a contratação de 55 funcionários, mas há senadores que chegam a muito mais. É o caso de Fernando Collor de Mello (PTC-AL), com 80.

Levantamento do jornal El País, focado na América Latina, também aponta a disparidade entre os ganhos dos parlamentares e o salário médio dos cidadãos que eles representam. O Brasil tem a maior remuneração para deputados e senadores da região. Um congressista brasileiro recebe somente de salário o equivalente a 35 salários mínimos do país.

Segundo Guilherme Brandão, diretor do Observatório Social de Brasília e coordenador-geral da iniciativa, essa situação decorre da falta de vigilância da sociedade. Gastos são alterados por decretos ou atos na surdina sem que a sociedade tenha ciência disso. Para ele, o Brasil ainda é incipiente em controle social. Para Guilherme, a realidade só será mudada quando o brasileiro perceber que sua participação no processo democrático não se limita ao voto.