Ainda que às custas de 3 milhões 532 mil e 330 de infectados e 113 mil 358 vidas perdidas pela transmissão descontrolada da covid-19, o Brasil pode ter algumas localidades que começam a demonstrar os primeiros sinais de que atingem a chamada “imunização coletiva”, que ocorre quando a parcela da população infectada é suficiente para que as curvas de novos casos e mortes comecem a cair. 

Mesmo com a flexibilização das medidas de distanciamento físico, cidades como Manaus, Rio de Janeiro, Fortaleza e São Paulo são locais que não mostraram uma volta significativa de aumento de novas infecções, e que são objeto de estudos do grupo de pesquisa liderado pela biomatemática portuguesa Gabriela Gomes, de uma Universidade na Escócia. 

O grupo, que inclui pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), foi um dos primeiros do mundo a apontar que o limiar de imunização coletiva gira em torno de 10% a 20%, bem abaixo dos 60 a 70% estimados no início da pandemia. Longe de ser uma realidade em todo o território nacional, este limiar não pode ser relacionado a um fim imediato da epidemia, mas pode auxiliar na diminuição de novos contágios.