Em entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira (9), no Senado, logo apos receber ofício do presidente licenciado do PSDB, Aécio Neves o destituindo da interinidade na presidencia partido, o senador Tasso Jereissati disse que ao conversar com o senador mineiro, pediu em nome da amizade entre ambos, que fosse sincero quanto ao pedido de sua saída da presidência do partido:”somos amigos há 30 anos e por isso pedi sinceridade. Sei que ele não me quer a frente do partido e nem que eu concorra ao cargo. Então disse a ele que não renunciaria, pois ele mesmo prorrogou seu cargo sem consultar a executiva. Ele se levantou, saiu e depois mandou um oficio me destituindo”.

Tasso disse que há “diferenças muito profundas” entre ele e o mineiro. “Eu não defendo governo acusado de corrupção, de fisiologismo e o partido não deve seguir esse rumo atual”, observou. O cearense disse que não está em campanha, mas que colocou seu nome para a disputa. “Sei que o pedido não tem nada a ver com isonomia. Sei que é difícil concorrer com a máquina partidária”, frisou.

Ao explicar as “diferenças profundas”, Tasso disse que ouviu certa vez que “as palavras mentem, mas as atitudes não”. Segundo ele o comportamento político e ético de Aécio Neves, além da visão de governo e o fisiologismo em relação ao Governo Federal não condizem com os pensamentos dele. Sobre a atitude de destituí-lo do cargo, Tasso afirmou ainda que Aécio alegou que estava ‘sofrendo pressão”, sem explicar de quem.

Até a eleição, que ocorre no dia 9 de dezembro, o partido será presidido de forma interina pelo ex-governador de São Paulo Alberto Goldman, que é o mais velho entre os vice-presidentes da sigla. Com a decisão do correligionário, o ex-governador do Ceará disse que sua campanha ganha força e repetiu a frase “o PSDB desses caras não é o meu PSDB”.