Um dossiê entregue pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) ao Ministério da Saúde aponta o abandono do Sistema Único de Saúde (SUS). Com 15 mil páginas, o documento levou dois anos e meio para ficar pronto. Foram analisados 2.936 ambulatórios e postos de saúde e registrados problemas como a redução do número de leitos, sucateamento, falta de medicamentos, subfinanciamento e má administração. As informações são do jornal Correio Braziliense.

O problema é agravado pela falta de recursos para cobrir despesas elementares. Faltam seringas, agulhas, toalhas de papel, sabonete, estetoscópio e termômetros. Há postos de saúde que funcionam sem sala de consultas.

A situação está longe de ser resolvida, pois projetos que destinam recursos para o setor no Congresso Nacional, não tem prazo para serem aprovados.

Outra preocupação crescente é com relação ao retorno de doenças, devido a falta de recursos para manter a cobertura vacinal Segundo o presidente do Conselho Nacional da Saúde, Ronald Santos, a aprovação da Lei do Teto dos Gastos Públicos sustenta mais previsões ruins. “A demanda vai aumentar, porque a população vai crescer e ficar proporcionalmente mais velha, e a disponibilidade de recursos, diminuir.”

Na opinião dele, traria alento a tributação, com vinculação de destinação dos recursos, de grandes fortunas e dos produtos danosos à saúde, como álcool, cigarro e alimentos ultraprocessados.

O Ministério da Saúde, por meio da sua assessoria de imprensa, argumenta que adota gestão austera para o melhor planejamento do gasto público e a expansão dos serviços à população. A pasta ressalta que a União concentra o maior percentual do total de recursos investidos em saúde.

De acordo com o ministério, em 2016, 43% do investimento em saúde foram recursos federais. Somando as três esferas de governo, o gasto público em ações e serviços públicos na área perfazem um total de R$ 248 bilhões, conforme o Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde (Siops). Por fim, cita a previsão de investimento de R$ 1,96 bilhão em 2017 em vigilância sanitária e a liberação de R$ 15 milhões para obras de adaptação de pontos de atendimento.