A quarta-feira, 18, é o dia mais importante para o Brasil em Davos. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, estarão frente a frente com investidores interessados em investir no Brasil Business International Group (Big). Como é fechado, o encontro promovido pelo Fórum dá espaço para que os interessados no País questionem diretamente o governo e cobrem ações também para que direcionem seus recursos ao Brasil.

As ações recentes anunciadas pelo governo brasileiro na área macroeconômica, elogiadas pelo mercado financeiro e observadores internacionais, são importantes para que o Brasil volte a entrar no foco dos investidores estrangeiros como um potencial local para alocação de recursos. Não há dúvida dentro do governo, no entanto, de que esse esforço, que gera insatisfação da sociedade doméstica em alguns pontos e é visto no exterior apenas como pavimentação de um longo caminho a ser percorrido, é um só passo. O grande impulso da economia virá mesmo do desenvolvimento da infraestrutura do País.

Assim que o presidente Michel Temer assumiu o Palácio do Planalto enviou logo ao exterior seus ministros dessa área para “vender o Brasil”. “Vender, vender, vender. Essa a missão dos governantes brasileiros desde que o presidente assumiu”, disse uma fonte do governo ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Nos Estados Unidos, Europa e Japão, eles foram incumbidos de mostrar que o País estava em outras mãos – bem diferentes do governo anterior – e que agora as regras do jogo seriam mais claras e sem qualquer restrição a margens de lucros maiores.

Também é a primeira vez, por exemplo, que o Ministério de Minas e Energia participa do Fórum Econômico Mundial de Davos. Numa breve passagem pelo evento, de apenas dois dias, o ministro Fernando Coelho Filho teve 12 reuniões com presidentes de companhias do setor, como Shell, Total, Iberdrola, Maersk.

Na terça, em entrevista ao Broadcast, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, também enfatizou que a política monetária é apenas um componente entre vários outros que ajudar na recuperação da econômica.

Na terça-feira, também, durante um almoço promovido pelo Itaú Unibanco, participantes comentaram que entre as principais dúvidas dos investidores era a efetividade da reforma da Previdência. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tem enfatizado a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que limita o crescimento dos gastos públicos e o empenho em promover reformas microeconômicas.

A previsão da equipe econômica é de um crescimento do País de 2% no quarto trimestre deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo Meirelles, indicadores já mostram que a economia começou sua trajetória de retomada e que o Produto Interno Bruto (PIB), apesar de ainda crescer pouco na média do ano, começará a mostrar sua força no segundo semestre. “Mas isso só ocorrerá mesmo se conseguirmos atrair todos os investimentos que vêm nos prometendo os investidores que temos consultado no exterior. Eles parecem animados com o novo Brasil e precisamos que essa intenção se transforme em realidade”, disse.

Estadão Conteúdo