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Entre os anos de 2004 e 2014, houve redução da pobreza entre a população preta, parda e branca, de acordo com pesquisa sobre a desigualdade racial da pobreza no Brasil divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Entre os fatores que impulsionaram a melhoria nas condições de vida da população brasileira estão o aumento do emprego, a expansão das políticas de transferência de renda, mudanças geográficas, maior escolarização da força de trabalho e valorização real do salário mínimo.

O estudo utiliza como base as informações sobre renda da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE. Além disso, considera dentro da faixa da linha de pobreza pessoas com renda entre 0,10 dólares e 10 dólares diários.

Apesar da redução geral da pobreza, a desigualdade continuou elevada no período. Em 2004, os pretos tinham 2,5 mais chances de serem pobres do que os brancos. Essa probabilidade caiu para 2,1 vezes em 2014 – apesar da queda de 16% em 10 anos, a chance de pretos serem pobres continuava sendo o dobro da de brancos. No caso de pardos, a perspectiva era 3,2 vezes maior que a de brancos em 2004 e caiu para 2,6 vezes em 2014.

O estudo não investiga as causas dessa redução. “Esse é um fenômeno complexo. Por isso, não é possível afirmar que teriam diminuído as consequências do racismo, do preconceito e da discriminação sobre o bem-estar de pretos e pardos”, explica o pesquisador Rafael Osorio.