A inflação, como já sabemos e sentimos no bolso, promove implicações negativas à economia. A redução do poder de compra e a redução das margens de lucros dos empreendedores, são as consequências mais nítidas no sistema econômico. Os efeitos da concentração de renda e menor apetite dos empresários em realizar investimentos também decorrem do processo inflacionário. Nos últimos meses, após forte elevação de preços de bens e serviços, a inflação vem desacelerando, muito em razão da dissipação dos efeitos da pandemia, da redução dos preços dos combustíveis e da política monetária contracionista, por meio dos juros elevados.

Em Fortaleza, a inflação acumulada dos últimos doze meses, medida pelo IPCA, alcançou 4,03% no último mês abril, o que representa queda significativa quando comparado a abril de 2022, quando era de 11,56%. Apesar da desaceleração do crescimento dos preços, no ranking inflacionário, entre os locais pesquisados pelo IBGE, Fortaleza figura em 2º lugar no Nordeste, perdendo apenas para Salvador, que registrou inflação de 5,18% no mesmo período. Entre os 10 produtos e serviços maior inflação nos últimos 12 meses, observamos itens exatamente dos grupos de alimentação e vestuário.

Os impactos da inflação são sentidos e promovem repercussões no orçamento das famílias, exigindo ajustes nos gastos e elevação do endividamento. Nas empresas, as margens de lucratividade e rentabilidade são sensibilizadas negativamente. Para os próximos meses, segundo as expectativas de mercado, a inflação deve ainda apresentar resiliência, de forma que devemos ainda estar alerta a possíveis impactos nos preços, como por exemplo de eventos geopolíticos e climáticos.