Acidentes de trânsito são a segunda principal causa de mortes externas no Ceará, nos últimos 10 anos, perdendo apenas para os homicídio. Apesar de reduzir o índice de óbitos nas estradas quase pela metade, nesse período, o Estado ainda tem uma média superior a 1,2 mil mortes por ano. Os dados são de um boletim da Secretaria da Saúde do Ceará com base em dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde. Em 2013, os óbitos nas estradas chegaram a 2.362; uma década depois, em 2022, foram 1.234, conforme o último balanço parcial. Ainda de acordo com os dados do SIM, as principais vítimas fatais de acidentes com veículos identificados no Ceará são motociclistas: quatro em cada 10 mortos no trânsito têm esse perfil. Em seguida, vêm os pedestres, com cerca de 16% do total.

Para Jorge Trindade, diretor de educação de trânsito do Departamento Estadual de Trânsito do Ceará, a redução é positiva, mas “não há nada o que comemorar” neste Maio Amarelo porque a maior meta é alcançar zero mortes no trânsito, bem como reduzir a gravidade dos acidentes. Jorge lembra que o Código de Trânsito Brasileiro estabelece que veículos de maior porte são responsáveis pela segurança dos de menor porte, e os motorizados pelos não-motorizados. Além disso, todos devem zelar pelos pedestres. Conscientizar os usuários desde a infância e a adolescência é outra estratégia dos órgãos de trânsito. O Grupo de Educação para o Trânsito  da Polícia Rodoviária Federal no Ceará conduz o projeto “Educar PRF” em cerca de 27 cidades do Estado, conforme o coordenador Alexandre Nogueira. Menos da metade dos municípios cearenses está integrada ao Sistema Nacional de Trânsito, de acordo com Jorge Trindade, do Detran-CE. Ao todo, 98 cidades não possuem órgãos de trânsito municipais nem realizam a fiscalização de suas vias.