Após as declarações do ex-ministro Antonio Palocci ao juiz Sérgio Moro, de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um “pacto de sangue” por propina com a empreiteira Odebrecht, Lula resolveu vir a público nesta quinta-feira e disse estar “muito decepcionado” com o ex-ministro. Ele negou as declarações de Palocci, e se queixou, em conversas, de expressões usadas em seu depoimento, como “pacto de sangue” e “propina”.

Nos bastidores petistas admitiam que Palocci tentaria de alguma forma viabilizar um acordo de delação premiada. No entanto, Lula ficou abalado com os termos empregados pelo antigo colaborador. O ex-presidente tenta justificar o depoimento do empresário Léo Pinheiro, argumentando que ele é um homem de idade avançada e sofreu forte pressão. No caso de Palocci, a justificativa, porém, não se aplica a Palocci, “que foi rápido demais” e teria se limitado a ataques contra Lula.

Querendo mostrar que não ficou abalado, Lula afirmou que manterá sua agenda política, que inclui a edição de uma caravana no Pontal do Paranapanema. O ex-ministro Gilberto Carvalho afirma que Lula está bem. “E disse que, depois desta caravana, nada consegue abatê-lo”.  Após o depoimento de Palocci, a ideia é reforçar sua programação política. Vice-presidente do PT, o ex-ministro Alexandre Padilha diz que o depoimento não “mexe em nada em relação ao que estava programado”.