O Ministério da Saúde vai incluir a vacina CoronaVac na imunização de crianças no país. A utilização do imunizante para crianças e adolescentes a partir de 6 anos foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na última quinta-feira.
Ao GLOBO, o secretário executivo da pasta, Rodrigo Cruz, afirmou que o Ministério da Saúde fará um levantamento de quantas doses há na rede para seguir com a negociação. Em resposta a um ofício do ministério, o Instituto Butantan informou que tem à disposição cerca de 7 milhões de doses.
— A quantidade (de doses) depende de quanto há na rede. Vamos fazer esse levantamento. A partir dai a gente vê uma estratégia de compra — disse Cruz.
Em conversa com a imprensa, no início da tarde desta sexta, Cruz explicou que a pasta tem em seus estoques cerca de 6 milhões de doses de CoronaVac e, segundo um levantamento preliminar, os estados teriam outras 3 milhões. O ministério pretende concluir esse levantamento, para, a partir desse número, realizar compras junto ao Butantan caso seja necessário.
Em um primeiro recorte, Cruz afirmou que há pelo menos quatro estados que informaram que o estoque da CoronaVac está zerado, como o Rio de Janeiro. O secretário observou, no entanto, que não é possível afirmar que não haja doses de CoronaVac nesses locais, já que os municípios podem não ter informado suas reservas.
— Vamos fechar isso na semana que vem a depender da quantidade de doses que vamos necessitar por conta das consultas que vamos fazer aos estados — afirmou Cruz.
No início da semana, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, havia afirmado que vacinas aprovadas pela Anvisa seriam incorporadas ao Programa Nacional Operacionalização da Vacinação contra Covid-19 (PNO), incluindo a CoronaVac para crianças.
Atualmente, além da CoronaVac, a vacina da Pfizer é aprovada para aplicação em crianças. O Brasil deve receber 4,3 milhões de doses pediátricas da Pfizer em janeiro, totalizando 20 milhões no primeiro trimestre.
A expectativa é que a inclusão da CoronaVaca na campanha de imunização desta faixa etária acelere a vacinação de crianças, já que o país teria um quantitativo maior de doses à disposição.
A vacinação infantil gerou controvérsia no governo. Contrário à imunização de crianças, o presidente Jair Bolsonaro chegou a afirmar que divulgaria o nome de membros da Anvisa que atuaram na aprovação do imunizante da Pfizer para crianças e adolescentes acima de 5 anos.
(*) Com informações O Globo