A possível queda do presidente Michel Temer, já alertou os partidos da  base aliada, que já começaram a discutir um possível um governo de transição do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). As informações são da Folha de S.Paulo.
Segundo a publicação, o principal consenso é o de que a nova gestão teria que manter os ministros da equipe econômica, Henrique Meirelles (Fazenda) e Dyogo Oliveira (Planejamento).

De acordo com aliados, é essencial que ele faça um aceno ao mercado financeiro, garantindo a continuidade da linha econômica e se comprometendo com as reformas.

As mensagens publicadas por Maia em redes sociais já foram interpretadas por agentes de mercado como a conduta que deverá ser adotada pelo parlamentar caso o presidente seja afastado temporariamente.

Em viagem à Argentina, ele escreveu que é preciso “tranquilidade” para sair da crise e que não pode ficar satisfeito “apenas” com a reforma trabalhista. “Temos [as reformas da] Previdência, tributária e mudanças na legislação de segurança pública”, afirmou.

Interlocutores de Temer telefonaram para Maia nesta sexta. Segundo a reportagem, eles disseram ao presidente da Câmara que reconhecem que ele tem sido leal, mas deveria orientar seus aliados para não ficar marcado como traidor.

Primeiro na linha sucessória do Palácio do Planalto, Maia poderá assumir temporariamente o cargo por até seis meses caso a Câmara e o STF (Supremo Tribunal Federal) aprovem o recebimento da denúncia por corrupção passiva contra Temer.

O afastamento só se dá após análise da Justiça, mas antes é necessária uma autorização da Câmara por ao menos 342 votos.

Segundo aliados do parlamentar, Maia teria de abrir espaço para partidos de esquerda como PT, PC do B e PDT,  Além disso, ele não poderá desprezar o PMDB, seu partido e do presidente Temer, que tem o comando do Senado.
Nos bastidores há quem defesa que ele coloque em cargos chaves como Casa Civil, Secretaria de Governo e Secretaria-Geral pessoas de sua confiança para tentar descolar do governo Temer.

A previsão é que o relatório sobre a denúncia seja votada na próxima semana na Comissão de Constituição e Justiça. Relator deve ler seu parecer na segunda (10). Na quarta-feira (12), se inicia a discussão, que pode levar mais de 40 horas. A votação na Comissão de Constituição e Justiça poderá acontecer na quinta-feira e será nominal e por processo eletrônico, dizendo sim ou não ao relatório, que pode ser a favor ou contra a abertura do processo. Caso o relatório não seja aprovado, um novo relator será nomeado, e é feita nova votação