O deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), que relatou a lei da reforma trabalhista na Câmara dos Deputados, criticou nesta quinta-feira (26) a reação de juízes, desembargadores e auditores fiscais contra as modificações na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Para ele, a mobilização de parte da magistratura é um “claro processo de sabotagem” e ressalta que “não é papel de juiz elaborar lei”, mas cumpri-la.

— A grande maioria da magistratura vai cumprir a lei. Até porque não é papel de juiz elaborar lei, papel de juiz é julgar lei de acordo com o que foi elaborado pelo Legislativo — disse.

Ele se refere a 125 enunciados aprovados durante a Jornada de Direito Material e Processual do Trabalho e que dizem que a lei da reforma trabalhista, que entra em vigor em 11 de novembro, é inconstitucional. Eles recomendam que isso seja seguido por procuradores e auditores durante o exercício da profissão.

Para Marinho, é normal que um juiz faça “o controle difuso da lei” e declare inconstitucionalidade de artigos, mas reclama da forma como isso foi feito:

— O que não crível, democrático é que uma associação promova cartilhas ensinando a descumprir a lei. Me parece uma desobediência civil, um claro processo de sabotagem, uma agressão à própria lei da magistratura. Isso me parece correto do ponto de vista da Constituição.