A novela mexicana do PSDB sobre a manutenção do apoio a Michel Temer deu fôlego aos setores da base aliada que querem ver os tucanos fora do governo o mais rápido possível. O incômodo se alastrou de tal forma que nem o PMDB, partido do presidente, demonstra solidariedade. O centrão diz que o Planalto deveria chutar o PSDB antes de ser chutado, em dezembro ou no início de 2018. Nesta semana haverá um ultimato: a disposição é a de não votar nem sequer um projeto do governo.

Vem a calhar Tucanos que tentam retardar a saída do governo dizem que, com a sigla oficialmente fora, parte significativa da ala que quer o desembarque se sentirá desobrigada de apoiar reformas, como a da Previdência, às vésperas do ano eleitoral.

Deixe-os ir O impasse no tucanato ampliou o poder de fogo do centrão. O deputado Benito Gama (PTB-BA) resume a tragicomédia: “Temer, para salvar 22 votos do PSDB, vai perder 200”.

Preço de mercado Os que querem que o Planalto desaloje o PSDB antes que o partido o faça por conta própria afirmam que um gesto tardio será mal recebido. Redistribuir postos após ser abandonado, dizem, dará a impressão de que Temer “está servindo a xepa”.

Nunca termina Um grupo de tucanos exigirá que Tasso Jereissati (PSDB-CE) deixe o comando interino do partido assim que ele oficializar sua candidatura à presidência da sigla. Essa ala diz que a permanência do senador cearense no posto fere a isonomia da disputa com Marconi Perillo (PSDB-GO).

Árbitro O governador Geraldo Alckmin quer esgotar todas as possibilidades de um acordo entre Tasso e Perillo. Ele só pretende articular a apresentação de um terceiro nome para o posto quando tudo o mais tiver falhado.

Com informações da UOL