O presidente Jair Bolsonaro durante solenidade de Ação de Graças, no Palácio do Planalto.

Mergulhado nas articulações políticas para montar uma ampla base partidária para enfrentar a disputa pela reeleição em 2022, o presidente Jair Bolsonaro trabalha para se filiar ao Patriota, mas não quer contratempos para desembarcar na sigla.

Conscientes da necessidade dessa calmaria, os dirigentes do Patriota comandaram, nesta segunda-feira, uma nova convenção para superar os conflitos internos, mas, ao longo da tardem, a crise ganha nova dimensão e pode inibir a entrada do grupo bolsonarista para os quadros da agremiação.

DESDOBRAMENTO DA CONVENÇÃO

O senador Flávio Bolsonaro, de acordo com reportagem do Jornal O Globo, que foi à cidade de Barrinha, no Estado de São Paulo, onde funciona a sede do Patriota para prestigiar a convenção da agremiação e deixar o recado sobre a tranquilidade que o presidente Jair Bolsonaro precisa para se filiar à sigla. Essa tranquilidade, segundo o senador, é para o presidente fechar alianças nos estados, mas que não pode se filiar a um partido se não tiver segurança jurídica.

‘’Tem muito mais coisa em jogo do que essa questão do partido. O presidente Bolsonaro está aguardando o desdobramento do que vai acontecer no Patriota. Ele não quer ter preocupação partidária, já tem um país para tocar e quer cuidar da questão eleitoral. Quer ter autonomia na hora de fechar palanques nos estados, com senadores, deputados. Não vem para cortar cabeça de ninguém, não’’, expôs Flávio Bolsonaro na reportagem do Jornal O Globo.

A semana, como destacou, nesse domingo, o site cearaagora, tem como uma das principais agendas políticas a definição dos rumos partidários do presidente Jair Bolsonaro. As negociações com o Patriota avançaram, mas, na última sexta-feira, a sigla foi comunicada por cartório de Brasília que precisava apresentar, em 30 dias, documentos para comprovar mudanças realizadas no estatuto do partido na última convenção.

O questionamento deixou insegurança entre os aliados do presidente Bolsonaro. O presidente do Patriota, Adilson Barroso, segundo a reportagem, acredita que, com a convenção desta segunda-feira, os conflitos com o grupo “dissidente”, que questionou o quórum do último encontro em um cartório em Brasília foram superados e o presidente Bolsonaro terá tranquilidade para se filiar ao partido. A notícia anima, também, os militantes que seguem a orientação do presidente Bolsonaro no Ceará.

SECRETÁRIO REAGE E CRISE NO PATRIOTA NÃO ACABA

O que o presidente da Executiva Nacional do Patriota, Adilson Barroso, anunciou como possível fim da crise no partido, ganhou um novo rumo que pode dificultar a entrada do presidente Bolsonaro no partido: em nota, o secretário-geral do Patriota, Jorcelino Braga, denunciou que mais uma vez houve “um verdadeiro festival de fraudes”.

“De novo, não houve debate democrático. De novo, não houve transparência, principalmente em relação ao Estatuto”, disse, em nota, Jorcelino Braga, que ainda destacou: “De novo, promove uma votação sem ter quórum qualificado, que é determinação expressa no estatuto do partido, pois a maioria dos votos que conseguiu, mais uma vez foi feito de forma irregular”.

O conflito interno no Patriota vai parar na Justiça e o novo capítulo da disputa de poder entre os dirigentes nacionais do partido volta a deixar dúvidas sobre a filiação do presidente Bolsonaro.