O presidente Michel Temer tenta a todo custo sobreviver a crise política que assola seu governo, ampliada com a chegada na Câmara dos Deputados da denúncia do Procurador Geral da República Rodrigo Janot de crime de corrupção passiva que está em análise por uma comissão da Casa.

A tendência de aceitação da denúncia e votação em plenário é grande. Temer tenta sobreviver conversando ao pé do ouvido com cada deputado da base que compõe a comissão formada por 65 membros. Até agora o placar não lhe é favorável. O anúncio de liberação de verbas, e de cargos fazem parte dos acordos.

Em meio a todo esse movimento, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia surfa tranquilo. Caso Temer caia, a presidencia da República vai cair no seu colo, pelo menos, por seis meses, até uma nova eleição. Ontem Temer disse em Hamburgo que acredita plenamente na lealdade do aliado. “Ele só me dá provas de lealdade, o tempo todo”, disse Temer, que está na Alemanha, onde participa da Cúpula do G20, que reúne líderes das 20 maiores economias do mundo.

Já Rodrigo Maia disse, em sua conta na rede social Twitter, que é preciso “ter muita tranquilidade e prudência neste momento”. A manifestação do deputado foi feita após a imprensa ter noticiado que o seu nome  é cotado para assumir a Presidência da República, caso Temer seja afastado do cargo.

Em entrevista em Buenos Aires, onde cumpre agenda oficial, Maia manifestou sua lealdade, e a de seu partido com Michel Temer. “Aprendi em casa a ser leal, correto e serei com o presidente Michel Temer sempre serei”, declarou Rodrigo Maia.

Sobre a declaração do senador Cássio Cunha Lima (PSDB PB) de que o governo deve durar 15 dias em um encontro com investidores, Temer respondeu: “Vamos esperar 15 dias, não é verdade? Acho que foi força de expressão, nada mais. Às vezes as pessoas se entusiasmam um pouco, foi simplesmente força de expressão, nada mais do que isso”, disse.

Questionado se estaria preocupado com o apoio da base aliada no Congresso, o presidente disse que há “zero” de preocupação. “Zero, zero de preocupação. O PSDB tem quatro ministérios, os ministros todos estão muito tranquilos, exercendo as suas funções. Ainda agora me ligaram todos um pouco, digamos assim, dando explicações, dizendo que esta fala do senador Tasso, não foi ele quem falou? O senador Tasso não condiz com aquilo que pensa a maioria do PSDB, acho que não há esse problema”, afirmou, em referência à declaração do presidente nacional do PSDB, Tasso Jereissati (CE), que disse que o país está caminhando para a ingovernabilidade.

Em relação aos impactos de uma possível delação premiada do ex-deputado Eduardo Cunha, Temer respondeu: “Zero” e encerrou a entrevista.

Com Agência Brasil