O delegado Maurício Moscardi, da equipe da Operação Lava Jato, em Curitiba, afirma que poucas pessoas “conhecem a participação efetiva do diretor-geral nas grandes operações da Polícia Federal”. Delegados que coordenam as investigações do escândalo de corrupção na Petrobrás saíram em defesa de Daiello, nesta terça-feira, 15, e negaram qualquer tipo de enfraquecimento da equipe.
Com a saída do ministro Alexandre de Moares, do Ministério da Justiça, a Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) levou ao presidente da República, Michel Temer (PMDB), uma proposta de troca do diretor-geral, que está no cargo desde 2012.
A entidade de classe usou o argumento de suposto esvaziamento das equipes da Lava Jato, como forma de justificar a mudança.
Nesta terça-feira, dois coordenadores da Lava Jato, em Curitiba, os delegados Igor Romário de Paula e Maurício Moscardi, defenderam a atuação de Daiello.
“Como apoiar um ato que vai contra o que vimos nos últimos três anos? O diretor-geral sempre se mostrou isento quanto às investigações, bem como fez as liberações de recursos que solicitamos”, afirmou o delegado Moscardi. “Até mesmo quanto ao efetivo da operação, muito criticada, estamos sendo integralmente atendidos.”
Representatividade. Para Moscardi, a opinião da ADPF tornada pública representa “pouco mais de 200 delegados, quando na corporação são 2,5 mil”.
“Devemos considerar ainda os outros cargos diversos que não opinaram sobre a questão. No Paraná, por exemplo, 100% do efetivo de delegados federais que participaram da assembleia citada votaram pela manutenção do diretor-geral”, afirmou o delegado da Lava Jato.
Equipes de Curitiba e Brasília, que investigam o escândalo de corrupção na Petrobrás, e delegados de duas outras grandes operações da PF de combate à corrupção – Acrônimo e Zelotes – vão divulgar carta manifestando “confiança” no trabalho de Daiello e informando verem riscos às investigações, em eventual troca de comando na corporação.
“Devemos ter muito cuidado para expressar determinadas opiniões, pois poucos são aqueles que conhecem a participação efetiva do diretor-geral nas grandes operações da PF. Criticar sempre é mais fácil que colaborar.”
Com informações O Estado de São Paulo