A Secretaria da Saúde do Ceará encerrou nesta quarta-feira (7) o treinamento de 18 profissionais da vigilância em saúde de seis municípios da primeira turma do projeto-piloto EpiSUS-Fundamental, que acontece também nos estados de Pernambuco e do Paraná e formará em todo o país 175 profissionais de secretarias estaduais e municipais de saúde em epidemiologia de campo.
“Precisamos amadurecer o processo de comunicação das informações que produzimos”, disse aos concludentes o secretário Henrique Javi, sobre um dos desafios que os novos epidemiologistas de campo deverão assumir. “Lembrem o compromisso social daquilo que vocês aprenderam e que deverá ser revertido em serviços para a população”, acrescentou.

Iniciado em 20 de março e com duração de 12 semanas, o treinamento é resultado da Carta de Colaboração firmada entre o Ministério da Saúde, a Rede de Programas de Treinamento em Epidemiologia de Campo e Intervenções em Saúde Pública (TEPHINET) e a Rede Sulamericana de Programas de Treinamento em Epidemiologia de Campo (REDSUR), para o planejamento e implementação de atividades relacionadas à formação, o desenvolvimento e o uso de profissionais capacitados em epidemiologia de campo e saúde pública.

“Estamos muto impressionados com a dedicação e o rigor dos trabalhos apresentados”, admitiu a representante da TEPHINET, Mariana Mansur. “Esperamos que vocês permaneçam nesse processo de formação, que é contínuo”, emendou.

O projeto-piloto acontece no âmbito do Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços do Sistema Único de Saúde (EpiSUS) e começou pelo Ceará, envolvendo os municípios de Fortaleza, Caucaia, Maracanaú, Paracuru, São Gonçalo do Amarante e Itaitinga.

O EpiSUS-Fundamental é o primeiro nível de treinamento da estratégia FEPT-piramidal (Fiel Epidemiology Training Program), desenvolvida pelos Centros para Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC). O objetivo é capacitar profissionais de saúde para adquirirem ou aprimorarem habilidades epidemiológicas para realizar vigilância eficiente, investigar casos, responder a surtos e outros eventos de saúde e realizar comunicação em saúde pública.

“Melhorar o sistema de saúde do Estado – essa é a ideia do EpiSUS-Fundamental”, resumiu o representante do CDC, Augusto Lopez. Segundo ele, 32 países da África, Ásia e Américas desenvolvem programas de treinamento em epidemiologia de campo no nível fundamental. “E vamos continuar trabalhando para criar uma rede mundial de epidemiologistas de campo”, assinalou ele.

“Graças ao CDC o programa brasileiro nasceu e já tem 15 anos”, contou o coordenador-geral de Vigilância e Resposta às Emergências em Saúde do Ministério da Saúde, Márcio Garcia. Com o projeto-piloto EpiSUS-Fundamental, o programa entra em uma nova fase da epidemiologia de campo no Brasil, que pretende massificar o treinamento. “Vocês são os primeiros epidemiologistas de campo dos 5 mil que esperamos formar nos próximos cinco anos”, projetou Garcia.

A ideia da Secretaria da Saúde do Ceará é dar sequência ao curso, com a capacitação de novas turmas com o objetivo de garantir a presença de pessoas formadas pelo EpiSUS-Fundamental em todas as regiões de saúde e na maioria dos municípios do Estado.

Com informação da A.I