A proposta do deputado federal Domingos Neto (PSD), para o fundo eleitoral ser ampliado de R$ 2 bilhões para R$ 3,8 bilhões, gera reação negativa na sociedade e está levando muitos parlamentares a repensarem a ideia de aprovação de volume tão alto de recursos públicos destinados a cobrir a campanha dos candidatos a vereador e a prefeito nas eleições de 2020.

A reação se soma ao sentimento entre deputados e senadores de que o presidente Jair Bolsonaro poderá vetar na lei orçamentária, a ser aprovada pelo Congresso Nacional, o texto que trata da elevação do fundo eleitoral.

A proposta do governo é de que, em 2020, o fundo eleitoral fique em R$ 1,8 bilhão, mas o relator do Orçamento, Domingos Neto, discordou desse valor e propôs que o montante de recursos públicos destinados à campanha dos candidatos a vereador e a prefeito seja elevado para R$ 3,8 bilhões.
Domingos afirma que o aumento não gera prejuízos a serviços e obras públicas, mas a interpretação da sociedade, no entender de muitos parlamentares, é de que, se o dinheiro sai do orçamento da União, haverá, sim, falta de verbas para contemplar a população com ações mais abrangentes do poder público.

Deputados federais e senadores trabalham para, após a repercussão negativa, limitar o fundo eleitoral a R$ 2,5 bilhões, o que pode evitar um eventual veto do presidente Jair Bolsonaro. A votação da lei orçamentária, com a definição sobre o valor do fundo eleitoral, está prevista para a próxima terça-feira, mas o assunto gera debates e muitas discussões nos bastidores do Congresso Nacional.