A mobilização dos governadores na corrida pela compra da vacina contra à Covid-19 se justifica com base no crescimento do número de infectados e óbitos e, também, pela superlotação nos hospitais de pessoas com um quadro de saúde ainda mais grave.
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As medidas de restrições tendem a ser ampliadas e os governos estaduais poderão adotar lockdown mais extenso caso não haja, nos próximos dias, redução no ritmo de propagação da doença.
Os dados de um estudo publicados, nesta segunda-feira, pelo Jornal O Globo, traçam um cenário sanitário ainda mais catastrófico: de acordo com o texto da reportagem, “março começou com o aumento explosivo da pandemia no Brasil, mas o país sente apenas o vento que antecede um novo tsunami, a terceira onda de casos e mortes, alertam cientistas’’.
A reportagem cita que o número de casos diários de Covid-19 no país é agora cerca de 30% maior do que nos piores momentos da primeira onda, em julho de 2020, enquanto o número de óbitos teve um aumento de 31,66% em relação ao recorde da primeira onda. E, nesse quadro, entra um diagnóstico ainda mais duro: a tendência é de crescimento, segundo o pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto Domingos Alves, do portal Covid-19 Brasil.
A análise do pesquisador dá uma dimensão ainda maior da crise na saúde: “Estamos na praia vendo a terceira onda crescer e se aproximar e, para nos defender, temos apenas castelos de areia, isto é, as pífias e ineficazes medidas de distanciamento tomadas por governadores e prefeitos’’, alerta Preto Domingos Alves, em declaração ao Jornal O Globo, no momento em que os governadores entram uma nova fase de mobilização que tem principal estratégia a formação de um pacto nacional, com medidas mais rígidas contra à pandemia.
Os dados citados pelo pesquisador servem de alerta para as autoridades de saúde – governo federal, governos estaduais e municipais, no sentido de agirem com mais rapidez: a média móvel de mortes diárias na primeira onda ficou em 1.096 mortes em 26 de julho e, no mês de fevereiro, chegou a 1.171 óbitos.
Pedro Domingos Alves lembrou, ainda, nessa entrevista, que o atual panorama da pandemia no país foi antecipado pelos cientistas em novembro, mas nada se fez para evitá-lo. “
O Brasil levou três meses para chegar a 10 mil óbitos. Apenas na semana passada tivemos 10 mil mortes — compara. Chegamos a um nível de desgraça inimaginável. É muito importante que a população entenda o risco que corre’’, observou