Corte de verba ameaça exportação de frutas

Começa no próximo dia 20 de agosto e segue até janeiro de 2018 o período de exportação da nova safra de melões e melancias produzidas no CearáMas o contingenciamento de verbas imposto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) pode ameaçar o envio de parte das mercadorias ao exterior. Isso porque os fiscais agropecuários estão sem trabalhar nos finais de semana, inviabilizando a liberação das cargas nos portos do Pecém e Mucuripe e no Aeroporto de Fortaleza. O prejuízo por cada contêiner de frutas não despachado é estimado em US$ 20 mil. A suspensão do trabalho dos fiscais em regime de plantão (sábados e domingos) em todo o Brasil é resultado do corte no Orçamento de 2017 do governo federal no valor de R$ 41,2 bilhões. O Mapa, cujo bloqueio das despesas alcançou 45,6% neste ano, foi uma das pastas mais atingidas. O valor para a Agricultura foi reduzido de R$ 2,21 bilhões para R$ 1,2 bilhão.

Prejuízos

Diversos navios que chegam ao Ceará costumam embarcar mercadorias aos sábados e domingos, o que representa algo em torno de 10% das frutas embarcadas. Ou seja, em um navio com 300 contêineres, 30 deixariam de embarcar sem a liberação dos fiscais agropecuários, um prejuízo estimado em US$ 600 mil.

Destino europeu

A maioria dos melões e melancias produzidos no Ceará é destinada à Europa. De navio, o transporte é feito em torno de dez dias. Assim como nos portos do Pecém e Mucuripe, parte das exportações que ocorrem por via aérea também pode ser prejudicada. Além disso, a cada viagem perdida há um impacto na vida útil das frutas. Pelo transporte aéreo, os custos com logística são bem mais elevados.

Expansão industrial

Produção industrial no Ceará cresceu 4,3% em junho deste ano, na comparação com junho de 2016, apresentando o segundo maior crescimento, na comparação anual, entre os 14 estados pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para a Pesquisa Industrial Mensal Produção Física Regional. Expectativa agora é que a produção industrial do Estado feche o ano de 2017 com crescimento entre 1% e 2%.

Empregos em alta

Em julho, o Ceará registrou uma expansão do emprego formal, com a criação de 1.871 postos de trabalho, de acordo com os dados preliminares do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). O crescimento resultou de 31.310 admissões e de 29.439 desligamentos e foi o quinto melhor desempenho do país, atrás somente de São Paulo, Mato Grosso, Goiás e Amazonas.

Altos e baixos

Os setores que mais contribuíram para a elevação de empregos registrada em julho foram os de Serviços (1.388 postos), Agropecuária (592 postos) e Comércio (254 postos). Entretanto, setores como Indústria (-155 postos) e Construção Civil (-269 postos) registraram uma elevação dos desligamentos