O mercado financeiro reduziu pela quinta semana consecutiva a expectativa para o IPCA em 2017. A pesquisa Focus realizada semanalmente pelo Banco Central mostra que a mediana para o IPCA – o índice oficial de inflação – em 2017 caiu de 4,10% para 4,09%. Há um mês, a previsão estava em 4,19%. Já a projeção para o IPCA de 2018 também caiu de 4,50% para 4,46% após o número permanecer estacionado no centro da meta de inflação por 36 semanas consecutivas. As projeções de mercado para os dois anos, portanto, indicam expectativa de que a inflação abaixo do centro da meta de 4,50%.

Entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2017 foi no sentido contrário e subiu ligeiramente, de 4,08% para 4,11%. Para 2018, a estimativa do grupo caiu de 4,30% para 4,25%. Quatro semanas atrás, as expectativas desses cinco analistas estavam em 4,21% e 4,30%, respectivamente.

A inflação suavizada para os próximos 12 meses foi em trajetória contrária à expectativa para os anos de 2017 e 2018 e subiu marginalmente pela segunda semana seguida, de 4,57% para 4,60% de uma semana para outra – há um mês, estava em 4,54%. Para os índices mensais mais próximos, a estimativa para abril de 2017 caiu de 0,40% para 0,31%. Um mês antes, estava em 0,44%. Para maio, a previsão de inflação do Focus subiu de 0,35% para 0,41%, ante 0,35% de quatro semanas atrás.

Juros.  O mercado reforçou a aposta de que o ciclo de afrouxamento realizado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) será ainda mais intenso. A pesquisa semanal do Banco Central mostra que a mediana das previsões para o patamar do juro básico no fim deste ano caiu de 8,75% para 8,50%, na segunda redução seguida. Para 2018, a expectativa permaneceu em 8,50% pela terceira semana seguida. Há um mês, o mercado esperava Selic em 9,00% e 8,75%, respectivamente, no fim de 2017 e 2018.

No mesmo relatório Focus divulgado nesta segunda-feira, 10, a expectativa de Selic média em 2017 caiu de 10,38% para 10,31%. Há um mês, a mediana da taxa média projetada para o ano era de 10,63%. Para 2018, a previsão de Selic média caiu de 8,75% para 8,63%, ante 9,00% de um mês antes.

Câmbio.  O relatório Focus também voltou a indicar queda nas previsões para o dólar em 2017. Na pesquisa, a mediana das estimativas para o dólar no fim do ano caiu de R$ 3,25 para R$ 3,23. Há um mês, a expectativa estava em R$ 3,30. A previsão para o câmbio médio de 2017 permaneceu em R$ 3,18 pela sexta semana consecutiva.

Para 2018, a projeção para o câmbio no fim do ano caiu de R$ 3,40 para R$ 3,37 após seis semanas de queda das expectativas. Há um mês, a previsão era de R$ 3,38. Já a aposta para o câmbio médio no próximo ano cedeu ligeiramente, de R$ 3,35 para R$ 3,34. Quatro semanas antes, estava em R$ 3,38.

Balança comercial. A despeito dos efeitos negativos da Operação Carne Fraca sobre as exportações do setor da carne, os economistas do mercado financeiro elevaram pela terceira semana seguida a previsão para o superávit da balança comercial em 2017. A estimativa de saldo positivo este ano subiu US$ 50,07 bilhões para US$ 50,90 bilhões, ante US$ 48,70 bilhões de um mês antes.

Para 2018, os economistas do mercado também demonstram otimismo e elevaram a projeção de superávit de US$ 41,90 bilhões para US$ 42,49 bilhões. Há um mês, a expectativa estava em US$ 40,00 bilhões.

Para as transações correntes, as previsões coletadas pela pesquisa Focus para 2017 indicaram expectativa de manutenção no saldo negativo em US$ 26,00 bilhões. A expectativa de déficit externo em 2018 caiu ligeiramente, de US$ 36,50 bilhões para US$ 36,25 bilhões. Um mês atrás, o rombo projetado era de US$ 26,50 bilhões e US$ 36,00 bilhões, respectivamente.

Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será mais do que suficiente para cobrir o resultado deficitário. A mediana das previsões para o IDP em 2017 segue em US$ 75,00 bilhões. Para 2018, a perspectiva de entrada de investimento direto caiu de US$ 74,50 bilhões para US$ 74,00 bilhões. Quatro semanas antes, o mercado previa entrada de US$ 72,00 bilhões para os dois anos.

Com informações o Estado de São Paulo