Os três suspeitos presos preventivamente, neste domingo, na investigação que apura a morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes serão transferidos ainda hoje para um presídio federal de Brasília.

De acordo com a Polícia Federal (PF), o deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ) e o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ) Domingos Brazão são suspeitos de serem mandantes do crime, enquanto o delegado Rivaldo Barbosa, que chefiou a Polícia Civil do Rio, teria atuado para protegê-los. Os três negam as acusações.

Segundo investigadores, a operação ocorreu neste domingo por haver potencial risco de fuga e ser necessário surpreender os envolvidos no caso.

Sede da PF

Os três foram levados para a Superintendência Regional da PF, no Rio, de onde participam de audiência de custódia por videoconferência com o gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em seguida, serão trazidos para Brasília.

Ao todo, estão sendo cumpridos 12 mandados de busca e apreensão, autorizados por Moraes. O delegado Giniton Lages, chefe da Delegacia de Homicídios à época dos crimes, também é alvo de um mandado de busca e apreensão.

“A ação conta ainda com o apoio da Secretaria de Estado de Polícia Civil do Rio de Janeiro e da Secretaria Nacional de Políticas Penais, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, e tem como alvos os autores intelectuais dos crimes de homicídio, de acordo com a investigação. Também são apurados os crimes de organização criminosa e obstrução de justiça”, informou a PF, em nota.

Homologação de delação

A operação Murder Inc. acontece menos de uma semana após o Supremo Tribunal Federal (STF) homologar a delação premiada firmada por Ronniel Lessa, a Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República. O ex-policial militar foi preso em março de 2019 pela participação nas mortes e, na delação do também ex-policial militar Élcio de Queiroz, é apontado como autor dos disparos que mataram a vereadora e o motorista. Ele foi expulso da corporação e condenado, em 2021, a quatro anos e meio de prisão pela ocultação das armas que teriam sido usadas no crime.

Investigadores ainda trabalham para identificar a motivação do crime. Entre as suspeitas, está a expansão territorial da milícia no Rio.

Em nota, o Ministério Público do Rio de Janeiro afirmou “a operação conjunta tem como alvos os autores intelectuais dos crimes de homicídio, de acordo com a investigação” e que “também são apurados os crimes de organização criminosa e obstrução de justiça”.

(*)Com informação do Jornal Extra